sábado, fevereiro 03, 2007

"PANEM ET CIRCENSES"

Foi assim que o Dr. Alberto João Jardim presenteou mais uma vez os madeirenses, iludindo e enganando o seu povo, aliás como é seu timbre, qual malabarista...

O desejo de protagonismo não se pode jamais e em tempo algum sobrepor às necessidades básicas e prioritárias de uma sociedade que se deseja solidária e que trate os problemas de cada um.

Se admitimos que devemos valorizar o que se faz por cá, seja em que área for, como produto da nacionalidade e capacidade de superação, além do prestígio gozado, igualmente admitimos que há desideratos mais prementes a serem alcançados.

Há muito que nos habituámos à verborreia doentia desse senhor, mas sacrificar os seus em nome de uma propaganda da mais populista que existe, é anacrónico e revelador de toda uma personalidade ditatorial que ostenta vergonhosamente.

O dinheiro investido no fogo de artifício do "Revéillon" deste ano (nem o Rio de Janeiro, nem Nova York, nem Sidney, etc... gastaram tanto) daria para certamente melhorar significativamente as condições de vida dos madeirenses, que eles si divergem da Europa evoluída. Não são os recordes do Guiness Book que dão de comer aos milhares de madeirenses que se encontram no limiar da pobreza.

Há que relembrar ao Dr. Alberto João Jardim com muito rigor e seriedade, que a ilha que governa com arrogância e falta de pudor há já 30 infelizes anos é só, segundo dados das instâncias europeias reguladoras, um paraíso de pedofilia e prostituição; um paraíso fiscal (as offshores abusadoras e desreguladas); região que patenteia das mais graves e ilícitas assimetrias, com a maioria das famílias a viver abaixo do limiar da pobreza; iliteracia elevada e comunicação social alvo de todo o tipo de censura (o défice de democracia é bem visível)...

E perguntamos nós, o que é que este homem já fez pela Madeira? Senão instigar ao ódio contra o continente, originando clivagens regionais acentuadas sem necessidade.

Parabéns a Sócrates pela coragem de barrar o louco individamento público madeirense através do corte ao acesso a empréstimos, bem como na diminuição do subsídio regional, porque se é para apostar no "folclore" não contem com ele, pois a Madeira é das regiões do país que mais contribui para o desequilíbrio orçamental.

A lei das finanças regionais foi aprovada pelo Tribunal Constitucional, e o Presidente da Região Autónoma da Madeira terá que se resignar como lhe compete, mostrando ao menos uma vez na vida a postura e a educação que nunca teve. Seria uma excelente oportunidade.

Esperamos que a Democracia na sua plenitude faça valer a sua força um dia, mas quando?

Até lá o nosso artista vai encarnando o papel de imperador romano, oferecendo pão e circo ao seu povo, desviando as atenções dos problemas reais...

Nuno Pereira