sábado, outubro 29, 2005

Duas Gerações Governativas Concelhias

Julgávamos nós que com a instauração da República, a Monarquia tinha findado em 1910, e com ela um conjunto de hábitos, práticas e benesses… Enganámo-nos!

Grupos resistentes ainda mantêm vivas as práticas e métodos desta secular tradição governativa em Portugal. Só lhes falta serem Condes, Viscondes, Duques ou Barões. Mas, não têm a categoria que em outros tempos, esses nobiliárquicos possuíam em formação e valores…

A recente nomeação, legítima, por parte de David Catarino, de Luís Albuquerque para seu adjunto, confirma a tese de que a Câmara Municipal de Ourém tem sido gerida ao longo dos últimos anos por três ou quatro famílias e respectivos amigos.

Depois de os “pais” lá terem estado, chegou agora a vez dos “filhos”. Será que ainda teremos de ver os “netos” a também lá chegarem. Já vamos em duas gerações, de duas famílias…

E ainda agora isto recomeçou...

sábado, outubro 15, 2005

A razão de sermos Socialistas

Talvez não encontre uma razão, talvez encontre sensações. Algo que nos toca profundamente no nosso íntimo e nos leva a dizer: somos Socialistas!

É inexplicável, na medida em que, esta ideologia se torna mágica, só ao alcance de mentes dotadas de pura solidariedade.

Revemo-nos no Partido Socialista por este ter sido um partido que ao longo dos anos tem formado várias gerações, contribuindo válida e inequivocamente para a história do nosso país, sabendo estar presente. Um partido fundador da democracia, sempre na linha da frente na defesa dos mais fracos e oprimidos. Um partido que soube combater o fascismo e consolidar a democracia.

O PS é uma escola de formação política e cívica consubstanciada em lendas como: José Fontana, Antero de Quental, António Sérgio, Mário Soares, Salgado Zenha, Raul Rego, Tito de Morais, entre outros…

Verdadeiro partido português de carisma internacional, como comprova a pertença ao maior organismo da política mundial – a Internacional Socialista, tem sabido conquistar a confiança dos portugueses em momentos difíceis destes 31 anos de democracia.

E tudo isto são razões…

Mas, o que sentimos? Mística e respeito na evocação de acontecimentos marcantes que o PS protagonizou em Portugal, pois só o passado constrói o futuro…

Sentimos camaradagem e união nos desafios que se nos deparam, constatados em laços inquebráveis de amizade e tolerância na senda do bem comum, através de um significativo “camarada!”.

Essencialmente, sentimos no sofrimento e preserverança dos nossos familiares e amigos que viveram a ditadura, a luz que nos alimenta e nos leva a prosseguir. Os seus exemplos de cidadania são metas que não nos cansamos de procurar atingir.

Ser Socialista é pertencer à grande família dos defensores de um conjunto de ideais moderados ou revolucionários a ser aplicadas, dependendo do contexto social e político em que nos encontremos. É pois uma essência e maneira de estar adequada a cada momento.

A esquerda democrática é a ideologia mais abrangente e congregadora de sensibilidades. Somos herdeiros da mais pura realização humana.

Saibamos pois continuar a honrá-la…

Nuno Pereira

Coordenador Concelhio da Juventude Socialista

P.S. Deixo-vos, aquela que para mim é a mais bela definição do Socialismo.

“Será um parto monstruoso, filho das paixões, da inveja, do espírito de anarquia? Será uma doutrina extravagante, sem raízes de natureza humana, sem precedentes na história dos povos? Não! O Socialismo, tão antigo como a injustiça e a opressão do pobre pelo rico, do desvalido pelo poderoso, não é mais do que o protesto dos que sofrem contra a organização viciosa que os faz sofrer. É a reclamação da justiça e da igualdade nas relações dos homens, dos homens que a natureza criou livres e iguais, e de que a organização social fez como que duas raças inimigas, uma que manda, goza e oprime, outra que obedece, trabalha e sofre: dum lado, senhores, aristocratas, capitalistas: do outro, escravos, servos, proletários! No dia em que esta desigualdade monstruosa e ímpia apareceu no mundo, apareceu também logo a protestar contra ela, o Socialismo”

Antero de Quental – Lisboa, 1871 “O que é a Internacional”