sexta-feira, fevereiro 09, 2007

IVG - Vote SIM

Mais uma vez o povo Português é chamado a dar a sua opinião sobre um tema que tem sido tão discutido de há 8 anos para cá: a Despenalização da Interrupção da Gravidez.

Sim, é esta a forma correcta de tratar este assunto. Ninguém anda a promover o aborto por aí, ao contrário do que alguns dizem.

O facto de votar SIM, não obriga ninguém a fazer um aborto.

Votar Sim despenaliza quem o pratica, as Mulheres, mas ao mesmo tempo leva a que elas tenham um acompanhamento em que optem por interromper a gravidez, até ao dia em que o mesmo suceda. E nesse acompanhamento, muitas irão repensar e ter o(s) seu(s) filho(s). No entanto, se decidirem efectivamente em fazê-lo, têm ao seu dispor os meios médicos necessários.

Mas, então isso não será uma forma de gastar o dinheiro dos nossos impostos?

Vejamos então o que se passa hoje.

Quem quer interromper a gravidez, se tiver dinheiro, vai a uma clínica, em Portugal ou noutro país, e tem todo o apoio médico.

Quem não tem, recorre ao “vão de escada”, em que não existe qualquer tipo de assistência médica. O que acontece? Se depois houver complicações, as mulheres recorrem ás urgências dos hospitais, onde irão tirar ocupar o lugar de pacientes, aumentando o tempo de socorro e assistência a outras urgências.

O que achavam se estivessem numa urgência e à vossa frente estivesse um caso desses? Bem, se o Não vencer, pode muito bem acontecer...

Bagão Félix, Ex-Ministro da Segurança Social, responsável pelas novas leis do trabalho, é um grande defensor do Não. Defende os valores familiares. Aparentemente, uma pessoa séria. Mas será mesmo assim? Ou será um rosto que espelha uma realidade que muitos querem esconder?

Passo a explicar. Quando foi ministro fez aprovar a nova Lei do Trabalho, que permite que a entidade empregadora possa exigir a quem contrata, neste caso as mulheres, que não podem engravidar nos anos seguintes, sobe pena de perderem o emprego. Então e se isso acontecer? Imaginemos um casal, que está a começar a sua vida, construindo uma família. Mas, só por causa de alguém que vem defender a vida e a família em público, não vão poder ter essa família tão desejada?!? E se a mulher engravidar? Bom, aí a mulher tem duas hipóteses. Ou tem o filho e perde o emprego, ou então interrompe a gravidez.

Afinal, onde está a moral? Será que aqueles que defendem o Sim, e querem resolver um problema da própria sociedade, ou aqueles que defendem o Não, querem continuar a esconder um problema que também eles são responsáveis?

Ah, e depois vêm dizer que se pode descriminalizar as mulheres sem alterar uma lei que considera esse acto, a IVG, um crime?

Qualquer crime tem uma pena. Ou se altera a lei, como é proposto neste referendo, e se deixa de considerar a IVG um crime, ou se continua numa atitude de pura hipocrisia, que vai continuar a atirar as mulheres para o “vão de escada”.

Bagão Félix é um excelente exemplo dos que dizem uma coisa, mas que depois fazem exactamente o oposto, contribuindo para este clima medíocre e de hipocrisia que a nossa sociedade vive.

Quem defende o Não, pode e deve, depois do referendo, criar formas sérias de promover a natalidade, de ajudar quem precisa, para que essas mulheres possam ter os seus filhos com dignidade. Essa sim será a grande vitória da Vida.

Chega de tentar esconder os problemas. Vamos resolvê-los.

Nuno Baptista

sábado, fevereiro 03, 2007

"I.V.G."

Caro amigo e amiga!

No próximo dia 11 de Fevereiro seremos chamados às urnas para votar e decidir sobre uma lei muito importante e conscenciosa para todos nós sem excepção. Será um combate geracional ao qual se deverá dar a resposta adequada.

Não vamos deixar ficar o referendo à IVG com carácter "não vinculativo", pois isso seria a prova cabal de insuficiência que particularmente os jovens não desejam de certo transmitir.

Sendo assim, apelo à participação massiva da juventude nesta campanha, de uma forma aberta e respeitadora das opiniões em contraste, reveladora afinal da sociedade plural em que vivemos e trabalhamos. Mais uma vez votar é mais do que um direito... é um dever cívico, e assim fazendo jús à nossa condição de cidadãos.

Seja pelo SIM, seja pelo NÃO, o importante é lutarmos por aquilo em que verdadeiramente cremos, sendo fiéis e coerentes com a nossa ideologia e prática de vida.

Forma a tua própria consciência, esclarecendo-te e esclarecendo, sabendo que é a diferença que nos une e enriquece.

Para mais informações visita os vários sites disponibilizados na internet.

Nuno Pereira

"SADAM"

Como republicanos, socialistas, humanistas e acérrimos defensores dos direitos humanos, opomo-nos à pena capital ou morte seja em que circunstância for.

Liminar e solenemente reafirmamos o nosso profundo desagrado por tão cruel e monstruosa atitude.

Quem somos nós para decidir quem vive e quem morre? Estamo-nos tão só a igualar ao assassino condenado, perpetuando o seu modo de actuar vingativo junto das gerações vindouras. Não é este com certeza o legado moral e civilizacional que queremos deixar para a posteridade.

O castigo a aplicar devia ser duro, mas nunca a morte. Acima de tudo devia ser reabilitador da condição humana, conduzindo a um efectivo arrependimento que seria ao fim e ao cabo muito mais penalizador. Assim pensa uma sociedade moderada, evoluída e tolerante.

Enquanto isso, os ódios estremam-se, com os americanos a cada dia que passa a tornarem-se cada vez mais os donos do mundo e arrastarem-nos para uma futura 3ª guerra mundial, afinal o grande negócio das terras de tio Sam.

Desde já o nosso sincero reconhecimento ao trabalho e esforço patenteado dia a dia pela Amnistia Internacional na erradicação destes e outros horrores.

Nuno Pereira

"PANEM ET CIRCENSES"

Foi assim que o Dr. Alberto João Jardim presenteou mais uma vez os madeirenses, iludindo e enganando o seu povo, aliás como é seu timbre, qual malabarista...

O desejo de protagonismo não se pode jamais e em tempo algum sobrepor às necessidades básicas e prioritárias de uma sociedade que se deseja solidária e que trate os problemas de cada um.

Se admitimos que devemos valorizar o que se faz por cá, seja em que área for, como produto da nacionalidade e capacidade de superação, além do prestígio gozado, igualmente admitimos que há desideratos mais prementes a serem alcançados.

Há muito que nos habituámos à verborreia doentia desse senhor, mas sacrificar os seus em nome de uma propaganda da mais populista que existe, é anacrónico e revelador de toda uma personalidade ditatorial que ostenta vergonhosamente.

O dinheiro investido no fogo de artifício do "Revéillon" deste ano (nem o Rio de Janeiro, nem Nova York, nem Sidney, etc... gastaram tanto) daria para certamente melhorar significativamente as condições de vida dos madeirenses, que eles si divergem da Europa evoluída. Não são os recordes do Guiness Book que dão de comer aos milhares de madeirenses que se encontram no limiar da pobreza.

Há que relembrar ao Dr. Alberto João Jardim com muito rigor e seriedade, que a ilha que governa com arrogância e falta de pudor há já 30 infelizes anos é só, segundo dados das instâncias europeias reguladoras, um paraíso de pedofilia e prostituição; um paraíso fiscal (as offshores abusadoras e desreguladas); região que patenteia das mais graves e ilícitas assimetrias, com a maioria das famílias a viver abaixo do limiar da pobreza; iliteracia elevada e comunicação social alvo de todo o tipo de censura (o défice de democracia é bem visível)...

E perguntamos nós, o que é que este homem já fez pela Madeira? Senão instigar ao ódio contra o continente, originando clivagens regionais acentuadas sem necessidade.

Parabéns a Sócrates pela coragem de barrar o louco individamento público madeirense através do corte ao acesso a empréstimos, bem como na diminuição do subsídio regional, porque se é para apostar no "folclore" não contem com ele, pois a Madeira é das regiões do país que mais contribui para o desequilíbrio orçamental.

A lei das finanças regionais foi aprovada pelo Tribunal Constitucional, e o Presidente da Região Autónoma da Madeira terá que se resignar como lhe compete, mostrando ao menos uma vez na vida a postura e a educação que nunca teve. Seria uma excelente oportunidade.

Esperamos que a Democracia na sua plenitude faça valer a sua força um dia, mas quando?

Até lá o nosso artista vai encarnando o papel de imperador romano, oferecendo pão e circo ao seu povo, desviando as atenções dos problemas reais...

Nuno Pereira